Através do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) acompanha os casos de febre maculosa — causada pelo carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) ou outros carrapatos, como o Amblyomma cajennense, contaminados pela bactéria Rickettsia rickettsii — e realiza testes de diagnóstico no Brasil. Até o mês de setembro deste ano, o país registrou 69 casos e 19 mortes, segundo o Ministério da Saúde.
De acordo com as análises dos casos de febre maculosa do laboratório, o último óbito diagnosticado aconteceu no estado do Rio de Janeiro, no dia 23 de outubro. Por causa da data, este ainda não entrou na lista da Saúde. Entre 2000 e 2019, a febre maculosa provocou mais de 2,1 mil infecções, com mais 680 óbitos. De forma geral, a maior concentração de casos é nas regiões Sudeste e Sul.

Vale destacar que é fundamental o rápido diagnóstico da doença para o tratamento. Nesse sentido, é importante se atentar para quadros de febre, sem aparente explicação. Além disso, a febre maculosa poder provocar o aparecimento de manchas avermelhadas na pele, conhecidas como máculas.
Afinal, o que é a febre maculosa?
De acordo com a Fiocruz, “a febre maculosa é uma doença infecciosa febril aguda, que pode causar desde formas assintomáticas até casos mais graves, com alta possibilidade de óbito”. A maioria dos casos da doença no país está relacionados com a bactéria Rickettsia rickettsii, só que mais de 20 espécies de rickettsias que podem desencadear a doença.
A doença é transmitida para humanos através de um carrapato infectado, mas não há risco de transmissão pessoa a pessoa. “Para que a infecção ocorra, o carrapato precisa ficar aderido à pele. Se houver lesões na pele, o contágio pode ocorrer no momento do esmagamento do inseto. Uma vez infectados, os carrapatos permanecem assim durante toda a vida”, explica.

No Brasil, o primeiro caso conhecido da doença ocorreu em 1929. Passados mais de 90 anos, um dos grandes desafios ainda é a falta de informação. Isso porque o diagnóstico correto é decisivo para o tratamento adequado, já que os sintomas — como febre alta, dores de cabeça, náuseas e vômitos — são compartilhados com diversas doenças.
“No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, nas últimas décadas, praticamente todos os casos de óbito por febre maculosa tiveram o diagnóstico inicial de dengue”, explica a Fiocruz. Este erro pode impedir o acesso ao tratamento adequado e levar o paciente à morte.
Fonte: https://canaltech.com.br/saude – Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 04 de Novembro de 2021 às 16h40